terça-feira, 30 de junho de 2009

Tiche Vianna e as máscaras

Como no caso de Ana Maria Amaral, não poderiamos de entrevistar Tiche Vianna, referência na construção de máscaras e treinamento de atores no Brasil. Simpática e serena, a integrante do grupo Barracão do Teatro (SP) falou de seua trajetória e das questões que envolvem seu dia-a-dia no teatro.

fotos Cris Prim


Filha do conhecido autor e ator do Teatro de Arena Oduvaldo Vianna Filho (1936 - 1974), Tiche Vianna teve um incentivo extra para ir atrás de sua paixão: as máscaras. Tudo começou na escola, na qual fez parte do grupo que reivindicou, e conquistou, aulas de teatro.
Na fase adulta, já com olhar voltado para a direção, em 1983, resolveu estudar o ator, na Escola de Artes Dramáticas. Nessa época, apaixonou-se pelo teatro dell’arte - forma de teatro popular improvisado, que começou no século 15 na Itália. “As questões urbanas me chamavam atenção, mas ninguém fazia teatro dell’arte no Brasil, então fui estudar na Itália”, conta.
Em terras européias, trabalhou com um grupo de iranianos na confecção de máscaras e passou experimentá-las nas ruas. “Aprendi que é preciso dar a cara para bater”, diz ela, que saiu do Brasil com uma mochila nas costas e muita curiosidade e voltou como referência na construção de máscaras.
De volta à terra natal, queria colocar em prática tudo que aprendeu de forma espetacular e, para tanto, começou a preparar atores. “Pensar em animar é como colocar a alma. Estamos falando de energia que se materializa”, observa.
Nessa perspectiva, ela alerta: “Na realidade, todos os personagens são máscaras”. Ou seja: para ela, a construção de um personagem através do corpo se dá como se estivessem colocando uma máscara. “Se não for máscara vira uma caixa de som informando o que deveria estar fazendo”, considera.
Sobre o uso da máscara na contemporaneidade, Tiche lembra que elas são a expressão de seu tempo. Em sua origem, ela referenciava a um objeto de aparição divina. No período dell’arte, ela estava na rua e marcada a ferro e fogo na tradição, o que rumou a profissionalização. “É preciso dar uma forma ao desconhecido e, hoje, ela é a representação do incomum”.
(Letícia Kapper - SCJP 2526)




Rapidinhas
Tiche também falou sobre a preparação de atores bonequeiros e sobre como é fazer teatro no centro nervoso do país – São Paulo. Confira

É necessário o mesmo trabalho de preparação do corpo para o ator bonequeiro e ator de máscaras?
Tiche: Sim. A diferença é que com a máscara o ator tem que se fazer aparecer. Já o boneco é um apêndice do corpo do ator bonequeiro, que tem que trabalhar uma energia interna com precisão. O trabalho é o mesmo e os resultados específicos.

Sobre fazer teatro em São Paulo. Há muita diferença na Capital e no interior do Estado?
Tiche: Sim. Teatro na Capital é mais comercial, preocupado em montar teatro. Existe desde os anos 90 uma lei de fomento que é um paradigma porque garante verba para 30 grupos por ano, sendo que cada um recebe R$600 mil. Esse ano, no primeiro semestre, já aprovaram 17. Assim, os grupos interferem nas comunidades e o mecanismo não se torna mais um produto. Voltando a questão da diferença, a Capital tem uma oferta imensa de gêneros e no interior não se consegue fazer nenhuma temporada (mínimo dois meses).

Qual o papel da cooperativa de teatro de São Paulo nesse processo?
Tiche: Ela tem 700 grupos associados e mais de 3.000 artistas e o que o porquê de existirmos. Somos os criadores, mas ela promove o encontro para discutir leis, dá segurança, traz representatividade. A cooperativa tem quase 20 anos de atividade efetiva.
(Letícia Kapper - SCJP 2526)

domingo, 28 de junho de 2009

Pelo teatro visual

foto Cris Prim

A escritora e diretora de teatro Ana Maria Amaral fala das tendências contemporâneas


Terminado o festival, ficam as conversas e entrevistas com grandes nomes do teatro de animação para dar vida ao blog. No penúltimo dia de festival, Ana Maria Amaral, do grupo O Casulo - BonecObjeto (SP), foi a entrevistada pela equipe. Escritora de três livros sobre teatro de animação, ela é leitura obrigatória entre os estudantes de teatro. Também pudera, ela está sempre atualizada e vivenciando as tendências, o que é reconhecido em nível mundial. O espetáculo "Dicotomias, Fragamentos Skizofrê", que tem roteiro e direção de Ana Maria, ganhou, recentemente, o prêmio de melhor criação artística no 12º Festival Mundial de Teatro de Bonecos de Praga, República Checa, país onde o teatro de marionetes tem grande importância. Confira.

Na sua opinião, porque o teatro de animação causa tanto encantamento?
Ana Maria: A gente se reflete no boneco, por isso ele nos causa tanta magia. É como nos vermos projetados numa fotografia. Mas não paramos para pensar que ver uma folha morta é a mesma coisa: é a energia da natureza, que está também nos objetos. Um exemplo é a sucata que leva a materialidade do ferro. Temos que parar de pensar o homem como o centro do universo. Por que não ser o centro um sapato velho (e quando falo isso dizem que estou marretando os bonecos!). Ainda existem os símbolos, que carregam algo maior, abstrato. Unindo tudo isso, é o teatro de animação.

Como o teatro de animação se manifesta hoje?
Ana Maria: Hoje o teatro de boneco é biológico – centrado no animal e no homem - e artesanal – de feitura material, com corporeidade. E o que acontece hoje em dia é uma enchente de imagens. Estamos fugindo da racionalidade. Ocorre a transmissão de informação através da imagem e do virtual, sem corporeidade. Meu filho faz cinema de animação e não entendo como aquele boneco está lá, existe, não existindo, mas existindo. E assim acontece o teatro, visual, como o “Dicotomias”, que as pessoas dizem que não tem pé nem cabeça. Mas tem, só não estão nos lugares esperados. Não é entender, é sentir. Não é o que entende racionalmente, porque o teatro é emoção.


Então a tendência no teatro é seguir o que já dita a dança e a música contemporânea?
Ana Maria: As pessoas no teatro ainda querem historinha. Existe uma dificuldade de admitir um teatro mais visual, surrealista, concretista. Vamos ver que o teatro não realista é o normal na vida de hoje! O super-realismo está na sala, na TV. Quem quer isso que vá assistir novela.

E o que é o teatro visual?
Ana Maria: Não é o uso do boneco, o que foi feito por Kantor (1915-1990) – o uso do manequim – em 1950. O que está entrando pela cabeça, pelo nariz, pela boca são as imagens e as pessoas não assimilam. No teatro visual, tem que abrir o coração para a emoção.

Existe uma co-autoria do espectador no teatro visual?
Ana Maria: Sim, e a vida é assim. Eu olho para uma sala e vou me ater a uma coisa, outra pessoa em outra e cada um de um jeito. Um exemplo: olho e vejo uma camisa vermelha, outra pessoa vê o que tem em baixo da camisa – o peitoral-, outro a etiqueta da camisa. Agora pergunto: porque o teatro tem que ser fechado se têm luz, movimento, cenografia?

(jornalista Letícia Kapper/ SC-JP 2526)

Saiba mais sobre Ana Maria Amaral

Graduada em Biblioteconomia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1956) e em Filosofia, pela Universidade de São Paulo (1952), é mestre em arte pela Universidade de São Paulo (1983) e doutora em artes cênicas pela mesma instituição (1995). Atualmente, é professora aposentada da Universidade de São Paulo, desenvolvendo atividades como diretora e dramaturga em teatro de animação através do grupo O Casulo - BonecObjeto, filiado à Cooperativa Paulista de Teatro. Tem ampla experiência na área das Artes Cênicas, particularmente na área de Teatro de Animação e sua relação com o trabalho de ator.

Livros publicados
“O ator e seus Duplos”, São Paulo: Edusp/SENAC, 2006. v. 1. 159 p., na 3ªed.
“Teatro de Animação”, São Paulo: Ateliê Editorial, 2006. v. 1. 126 p., na 3ªed.
“Vida de Boneco”, São Paulo: Boticário, 2006. v. 1. 208 p.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Tempo de animação por bonecos e atores

FITAFLORIPA bate recorde de público em 2009: 20 mil pessoas assistiram aos espetáculos





Cia. Odelê de São Paulo



Entre os dias 14 e 20 de junho, aconteceu na Capital a terceira edição do Festival Internacional de Teatro de Animação de Florianópolis (FITAFLORIPA), com 19 companhias de teatro de cinco países: Peru, Itália, Espanha, Brasil e França, esse em comemoração ao Ano da França no Brasil. O público recorde, estimado em 20 mil pessoas, superou o ano anterior gerando novas expectativas. “Isso significa a realização do quarto FITAFLORIPA, que já estamos organizando sem mesmo ter saído da terceira edição”, afirma Sassá Moretti, coordenadora geral do festival junto com Zélia Sabino, quem assina a coordenação executiva.



Cia. Circo de Bonecos




No total 41 apresentações foram realizadas em 13 espaços da Capital, entre teatros e locais públicos, gratuitos ou a preços populares (R$8 e R$4). Grandes referências do teatro mundial em animação fizeram parte deste cenário como a magia das sombras da Cia. Gioco Vita, da Itália, com o espetáculo “Pépé e Stella”; “Cuentos Pequeños”, da companhia peruana Hugo & Inês, que se utiliza de partes do corpo para dar vida a personagens. “São como seres vivos, como se fossem de carne e osso, porém sou eu mesmo”, diz Hugo Suarez.




Em se tratando de manipulação de bonecos com fios a Cia. Jordi Bertran, da Espanha, com “Antologia”, encerra o festival com o espetáculo apresentado desde 1987. “Já é considerado um clássico, está ficando quase perfeito”, brinca Bertran que ganhou os palcos do mundo inteiro com a mesma peça. “Cansar destes personagens seria cansar de mim mesmo”, ressalta do grau de cumplicidade que tem com os bonecos.


Antologia - Cia. Jordi Bertran


A quarta atração internacional ficou por conta do “Passage Désemboîté”, da companhia francesa Les Apostrophés, invadiu as ruas do centro da Capital e prendeu atenção dos transeuntes e curiosos, quem parou para assistir pode garantir boas risadas. Homens de terno e gravata manipulavam objetos simples fazendo deles personagens que ditavam o ritmo de ações dos quatros atores, com o sanfoneiro que conduzia o público entre as várias histórias.




Mas não foi só isso: a magia do teatro floresceu em outros pontos da cidade, com companhias nacionais, com destaque também para os catarinenses. Os brasileiros mostraram igualmente ao que vieram, como a Cia. Circo de Bonecos, com o espetáculo “Circus – A nova turnée”, que encantou e lotou o auditório principal da UFSC. Os catarinenses também contribuíram com luzes, cores e muita animação.





Espetáculos de rua para todas as idades




O espetáculo “Socorro”, do Ronda Grupo de Dança e Teatro, de Florianópolis, lotou o teatro da Ubro, e para ver o “Hagënbeck”, da Cia. Experimentus Teatrais, de Itajaí, foi preciso realizar uma segunda sessão, porque os ingressos já haviam esgotado pelo menos quatro horas antes do início da peça.




A programação do festival contemplou ainda oficinas e mesa de conversa




Oficina de Jordi Bertran


O FITAFLORIPA também contribui para formação de profissionais. O evento promoveu oficinas voltadas a estudantes da linguagem e professores de artes. Jordi Bertran ministrou oficina com o tema Manipulação com Fios nas oficinas do Centro Integrado de Cultura (CIC). No mesmo local, Tiche Vianna falou sobre O Ator e a Máscara, de 15 a 19 de junho, das 9h às 13h.




A programação contemplou ainda a mesa de conversa com a professora Dra. Ana Maria Amaral, da Universidade de São Paulo, e o professor Dr. Valmor Beltrame, da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc). Eles intermediaram debate entre o Núcleo #2 do Sujeito de Cena Teatro, São Paulo (SP), o Ronda Grupo de Dança e Teatro, Florianópolis (SC) e a Cia. Experimentos Teatrais, Itajaí (SC). Os três grupos pesquisam o ator em cena e trazem nos seus espetáculos algo em comum: o boneco.

Quinta-feira animada

Cia. Circo de Bonecos


Espetáculos para todas as idades O quarto dia do FITAFLORIPA tem seis espetáculos e contempla os públicos infantil, jovem e adulto. O festival, que começou dia 14 de junho, segue até dia 20 de junho e o encerramento fica por conta da Cia. Jordi Bertran, da Espanha, no Centro de Cultura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com “Antologia”.

Pela manhã, às 10h, entram em cena as companhias Cirquinho do Revirado, com “O Sonho de Natanael”, no teatro da UFSC, e Gioco Vita (Itália), com “Pépé e Stella”, no Teatro Alvaro de Carvalho. Às 12h30, o Anima Sonho apresenta “Bonecrônicas”, na concha acústica da UFSC. Já a tarde, “O Sonho de Natanael” é reapresentado no mesmo local que pela manhã. “Circus – A Nova Turnée”, da Cia. Circus de Bonecos, e o “Menino Maluquinho”, da Cia. Andante, são atração às 10h, no auditório do Centro de Cultura e Eventos da UFSC e no Hospital Infantil Joana de Gusmão, respectivamente.

“Circus - A Nova Turnée”, da Cia. Circo de Bonecos (SP), é direcionada ao público infantil. A narrativa se passa no picadeiro de um cirquinho mambembe, onde dois saltimbancos apresentam números circenses inusitados. O mundo do circo é recriado em quadros curtos, nos quais a palavra é substituída pelo gesto do clown e pela trilha musical circense.


Cirquinho do Revirado


“O Sonho de Natanael”, do grupo Cirquinho do Revirado (SC), para todas as idades, conta a história de um menino pobre, engraxate, que sonha em mudar de vida e principalmente, ter uma escola. Todos esses sonhos saem de dentro de um baú. O espetáculo é conduzido por dois atores que usam objetos, sonoplastia e músicas, feitas ao vivo, trazendo cantigas de roda, cirandas, bonecos e brincadeiras.

“Pépé e Stella”, do Teatro Gioco Vita (Itália), dirigida às crianças, fala de amizade. Pépe é um menino e Stella uma pequena égua. Eles nasceram na mesma noite, no grande circo da cidade. Os dois logo se tornaram amigos e aprenderam números circenses surpreendentes, mas o medo faz com que os dois se separem e embarquem numa grande aventura.

“Hagënbeck”, da Cia. Experimentus Teatrais (SC), dirigido a jovens e adultos, é sobre Pedro Vermelho, que expõe aos visitantes noturnos da Hagënbeck Ltda como ingressou no mundo humano, adquirindo os trejeitos e virtudes de um homem. Inspecionado por uma câmera no teto do laboratório, ele discorre sobre a jornada de libertação de um simples primata até o posto de um homem que domina sua própria fala e argumentos.


Cia. Anima Sonho


“Bonecrônicas”, da Cia. Anima Sonho (RS), é composto por esquetes de humor e números musicais inspirados em cartuns, histórias em quadrinhos, piadas de circo, desenhos animados e longas conversas com grandes mestres do teatro de bonecos como: Javier Villafañe, Guaira Castilla, os irmãos di Mauro e muitos outros.

“O Menino Maluquinho”, da Cia. Andante Produções Artísticas (SC), é um espetáculo baseado no personagem de Ziraldo, que busca por meio da singeleza e poesia visual do teatro de bonecos o resgate da essência, pureza e simplicidade das brincadeiras infantis "à moda antiga".

Cia. Jordi Bertran encerra festival

Uma das maiores referências em teatro de animação encerra o 3º FITAFLORIPA e você acompanha um trecho da técnica desenvolvida desde 1977.

http://www.youtube.com/watch?v=PWA_RPjaz9Q&hl=pt-BR

Mais detalhes no site da Cia.

Alegria e bonecos







Jamila Tomaz Moro, 28 anos, estava monitorando na internet o início do FITAFLORIPA. Passado um mês de expectativa, ela começou efetivamente a participar do festival. Seu filho, Lucas, fez a festa assistindo teatro e fazendo bonecos.


Lucas, ao centro. Foto Cris Prim

O menino de 4 anos foi um dos participantes da atividade recreativa oferecida às escolas públicas, antes das peças teatrais, e a quem circula pelo Centro de Eventos da UFSC, que recebeu boa parte das peças. A satisfação em construir o boneco foi tanta que recebeu um nome: "Ele é o Palhaço", diz o pequeno.


A equipe. Foto Cris Prim

A satisfação por conta da atividade reflete também nos pais:“é um espaço aberto para eles brincarem e interagirem, e as monitoras são bem receptivas”, diz Francielly Kuhn, 24 anos, mãe de João Gabriel Burigo, 4 anos. Danielle Coelho, Aline Maciel e Alessandro Livramento (voluntário) são os monitores da atividade, que ocorre até sexta-feira, 19 de junho.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

FITAFLORIPA na TV

Assista ao trecho do Jornal do Almoço, desta quarta (17/06), reportagem de Karem Fabiani, durante a sessão de teatro infantil.

Clique aqui para assistir.

Franceses voltam a apresentar no centro da Capital

Grupo volta ao Centro, às 15h30


O grupo francês Les Apostrophés, volta a reapresentar hoje, às 15h30 o espetáculo "Passagé Désemboité", no Largo da Alfândega. Após duas apresentações no Centro e na Concha Acústica da UFSC, o público volta a ser surpreendido com oa quatro atores mainupaladores de objetos.

Durante a apresentação, cinco artistas se passam por transeuntes, em personagens muito elegantes que interferem na cidade, surpreendem e fuçam as ninharias das nossas ruas. O teatro da manipulação, com diálogos presentes apenas nos olhares e gestos dos atores, eles circularam pelo Mercado Público, Largo da Catedral, Calçadão da Deodoro e Felipe Schmidt.

O público é conduzido por um sanfoneiro, que amarra as histórias e dá o tom da comédia no rítmo dos atores. Para quem não assistiu, taí a ótima oportunidade em rever o espetáculo.

Serviço:

Espetáculo: "Passage Désemboité"
Grupo: Les Apostrophés (França)
Hoje: às 15h30
Local: Largo da Alfândega

terça-feira, 16 de junho de 2009

Veja os destaques desta quarta-feira



"Pepé Stella", do grupo italiano Gioco Vita - foto Prospero Cravardi

A programação do 3º FITAFLORIPA esquenta nesta quarta-feira, com a apresentação de nove companhias oriundas da Itália, França, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O grupo Gioco Vita, de Piacenza, Itália, será a grande atração do dia com a apresentação de “Pépé Stella”, uma história de amizade apresentada no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC), às 20h.

A primeira atração acontece no Auditório do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, com reapresentação do grupo Seres de Luz e Teatro (SP), com o espetáculo "Convocadores de Estrelas." A peça narra a história dos irmãos Pedro e Lola, que começam a perceber o desaparecimento de todas as estrelas do céu. Após receber a ajuda de um velho sábio, eles percorrem uma aventura em busca da salvação da última estrela-guia, Lamat. A mesma peça ainda será reapresentada às 15h no mesmo local.

"Passagé Désemboité" foto Cris Prim


O grupo francês Les Apostrophés, volta a reapresentar às 12h30 o espetáculo "Passagé Désemboité", desta vez na Concha Acústica da UFSC. Durante a apresentação, cinco artistas se passam por transeuntes, em personagens muito elegantes que interferem na cidade, surpreendem e fuçam as ninharias das nossas ruas.

Às 14h30, a Cia. Bando Neon Experiência Cênica (Joinville - SC), reapresenta o espetáculo "Nona Strega", no espaço da Orionópolis, em São José. Nona Strega apresenta a vovó-bruxa, uma curandeira que vive só e, por isso, decide arrumar um empregado. Com o surgimento de Natálio, a confusão acontece quando ele rouba o caldeirão para preparar um delicioso macarrão.

No Teatro da UFSC (DAC) a Cia. Contadores de Histórias (RJ), apresenta “Em Concerto”, às 15h e às 20h o mesmo espetáculo. Destinado ao público adulto, o espetáculo sem palavras, delicado e intenso é composto por sete cenas independentes. O grupo começou com teatro de máscaras em 1971 e atua com pesquisas até hoje, levando seu teatro para muitos festivais internacionais.



"(Des)Esperando, do Núcleo #2


Para encerrar a programação dois espetáculos ocorrem simultaneamente às 20h. O Núcleo #2 (SP), apresenta no Teatro da Ubro “(Des)esperando”, quando dois personagens se veem em igual situação, deparando-se com um ambiente de objetos descartados.

Já o grupo italiano Gioco Vita apresenta “Pépé Stellla”, no TAC, às 20h. Em uma história de amizade, Pépé o menino e a égua Stella nascem na mesma noite, no grande circo da cidade. Apresentando os números mais surpreendentes, o medo faz com que os dois se separem e embarquem numa grande aventura.

As apresentações do Grupo Co-letivo da UDESC (Florianópolis) com a peça “A Farsa do Panelada”, foram todas canceladas, juntamente com a apresentação da Cia Circo de Bonecos(SP), que seria apresentada às 16h, no Centro de Artes-Udesc.

Critica do espetáculo "Pépé e Stella", por Glaucia Grigolo

Pépé e Stella
Uma história de amizade


Dois atores, luzes e muitas silhuetas fazem nascer das sombras um menino chamado Pépé e um cavalo chamado Stella.
Os dois protagonistas dão nome à peça do grupo italiano Gioco Vita, que de Piacenza, cidade localizada no Norte da Itália, veio a Florianópolis apresentar-se no 3º FITAFlORIPA – Festival Internacional de Teatro de Animação.
As figuras de sombra aparecem para uma platéia atenta e cheia de crianças que não têm dificuldades para acompanhar a história contada em italiano.
Pépé e Stella nasceram na mesma noite, trabalham juntos em um circo da cidade, criam uma grande amizade e uma das atividades favoritas da dupla é admirar as estrelas que guiam seus destinos. Até que um dia, ao fraquejar diante do desafio de um novo número circense, Stella é obrigado a ir embora do circo. Pépé, inconformado com o desaparecimento do amigo, chora sem parar. Depois de cruzar o oceano e aventurar-se, Stella finalmente retorna ao circo, reencontra Pépé e a alegria de estar em casa.
A atividade teatral desenvolvida pelo Teatro Gioco Vita, fundado em 1971, revela o mundo do teatro de sombras e uma longa história de pesquisa e criatividade. Desde então, o grupo fez diversos espetáculos voltados ao público jovem e especializou-se no teatro de sombras. Através de experimentações, cria uma linguagem e projeta em telas fixas e móveis as sombras mais variadas em cores e texturas.
Diferente do corpo, a sombra não tem materialidade, mas exibe dimensões surpreendentes que variam conforme a intensidade, incidência da luz e a distância que a separa do foco luminoso. Ela existe em função do outro, do objeto do qual é o reflexo. E, no caso de Pépé e Stella, elas são críveis, coerentes com as vozes dos atores e permitem a fruição da beleza do espetáculo.
A peça revela a perfeita sincronia entre os atores e as figuras criadas pelas sombras, num trabalho de intenso rigor e paixão. Para o grupo, o lavoro deve ser um misto de realidade e fantasia, para que haja um começo de vida a cada nova apresentação.

Gláucia Grigolo
Atriz e Produtora
Mestre em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Intervenção cultural da companhia Les Apostrophés

fotos Cris Prim

Intervenção urbana cômica hipnotizante. Assim pode ser descrito o espetáculo “Passage Désemboîté” da companhia Les Apostrophés, que aconteceu ontem a tarde no Centro de Florianópolis, e se repete nessa quarta-feira, dia 17 de junho, na concha acústica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).


Os quatro atores manipuladores de objetos - também utilizado no teatro da animação- circularam pelo Largo da Alfandega, por onde um público de pelo menos 50 pessoas os seguiram por mais de uma hora, tempo de duração do espetáculo.




Em cada fragmento de espetáculo, uma história foi contada, sempre com foco nos objetos. Uma hora um chapéu, outra, as roupas do ator. E quando não é uma vassoura servindo de malabaris do personagem dançarino, uma baguete virou alvo de disputa entre dois que se deixam levar pelo ritmo imposto pela competição.



Assim segue o espetáculos que pára quem passa, seja qual o nivel de instrução escolar ou classe social. Todos se divertem com a linguagem universal usada pelos franceses.

Entrevista com Hugo Suarez

Hugo Suarez é ator, manipulador, mímico e fundador do Teatro Hugo & Inês, do Peru. Dirige e atua com Inês Pasic, desde 1986, quando iniciaram a parceria. Desde o início focaram suas atividades na área da pantomima, teatro gestual sem o uso de palavras, focando todas as possibilidades expressivas em cada parte do corpo humano: mãos, pés, joelhos, rosto e onde a criatividade alcançar. O resultado é facilmente visto em cena, com a apresentação de personagens surpreendentes como em "Cuentos Pequeños", que abriu o festival.





A Cia. atua desde 1986, como foi o início e de onde partiram as pesquisas?
Nós começamos experimentando com as figuras corporais, teatrais, na tentativa de retirar novos personagens de diferentes partes do corpo. Isso durou bastante tempo, em 1989 apresentamos o primeiro trabalho “Regresso a La Oscuridad”, realizado apenas com as mãos. Em seguida obtivemos a ideia de passar a atuar com outras partes do corpo, quando em 1990, estreamos “Las aventuras del Ginocchio”, que poderia ser traduzido como as aventuras do joelho.

Estes personagens continuam na ativa?
Muitos personagens ainda fazem parte até hoje, mas vão mudando com o tempo. O personagem que faço com a barriga, vem desde 1994, já o dos olhos na boca é apresentado desde 1996. O do joelho e dos pés nasceram entre 1989 e 1990.




Quanto tempo desde a descoberta até a inserção dos personagens nas apresentações?
São números soltos. Quando eles aparecem, como a dos olhos na boca, descoberto pela primeira vez em 1995, como um número atípico, vou buscando com o tempo o jeito de pegar os olhos, qual a história que melhor se encaixa, até porque não são bonecos tradicionais. Os joelhos, por exemplo, não possuem nenhuma plasticidade, vou adaptando e assim saem os melhores números. Mas eles nascem em meses, sendo que o mais importante é a criação do personagem, aprová-los, e estar satisfeito com a história, um processo lento.

Como você e Inês realizam o trabalho durante os ensaios?
Trabalhamos cada um em frente ao seu próprio espelho e depois olhamos um ao trabalho do outro e nos dirigimos. Em 2000, comecei a trabalhar com a versão Solo dos espetáculos, onde somente os números realizados a quatro mãos ficam impossibilitados de fazer.


Quando você entra em cena, você está só ou os personagens já estão com você?
Os personagens são como seres vivos, como se fossem de carne e osso, porém sou eu mesmo! Certa vez um garoto me perguntou quem tocava a guitarra de um dos personagens, se era eu ou o “joelho” (o personagem). Eu respondi que o “joelho” é quem toca e eu dou a melodia (risos). Eles são como seres vivos, são de sangue, tenho muitos personagens em meu corpo, é o meu próprio teatrinho. Desenvolvo o trabalho com poucos elementos (nariz, olhos, camisas e poucos objetos), mas utilizo sobretudo o meu corpo, sem maquinarias, sem grandes efeitos especiais.


E das histórias especiais durante as turnês?
Nós temos viajado muito e conhecido diferentes grupos por todo o mundo. Fomos a toda Europa, Ásia, Japão, países norte-americanos e muitas cidades brasileiras. Nas Ilhas Bermudas, terminamos um espetáculo após começar um furacão, um vento muito forte que começou a derrubar toda a iluminação. Na Palestina, quando Inês destapou as pernas para dar vida ao personagem com os pés, toda a platéia foi embora da sala por questões culturais que não permitem observar o corpo de outra pessoa em público.

Comunicado espetáculos de rua

Atenção, Os espetáculo que acontecem hoje, às 13h30, no Largo da Alfândega com a Cia. Les Apostrophés (França) foram cancelados. A apresentação marcada para às 16h30, no mesmo local, está confirmada e só será cancelada caso volte a chover. Os espetáculos da Cia francesa serão remarcados em outro local, por ora não definido.

Está cancelado em definitivo o espetáculo de rua "A farsa da panelada", do Co-letivo da Udesc, previstas para quarta-feira dia 17, às 15h, no Largo da Alfândega, quinta dia 18, às 19h na Escola Henrique Veras e na sexta dia 19, às 12h30, na Concha Acústica da UFSC.

Maiores
informações: 3721-5937 / 3721-5940

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Oito espetáculos movimentam a Capital

O 3º FITAFLORIPA, Festival Internacional de Teatro de Animação garante programação agitada para esta terça-feira, dia 16, em vários pontos da Capital. Durante toda a semana o festival ocupará os 13 locais escolhidos pelo festival, entre teatros e locais públicos. Ao total 41 espetáculos animarão a Capital catarinense. A programação contempla ainda apresentações, oficinas e mesa de conversa com seus idealizadores.

Quem abre a programação do dia é o Camaleão Teatro de Bonecos (SC), com o espetáculo "Flicts", que narra a aventura e desventuras de uma cor muito rara e triste, chamada Flicts que procura algum lugar no mundo para colorir. O espetáculo musical-infantil conta com mais de 50 personagens e uma trilha sonora especial.

"Passagé Désemboité"


Seguindo a programação do dia, o grupo francês Les Apostrophés apresenta às 13h30 e às 16h30, no Largo da Alfândega, o espetáculo "Passagé Désemboité". Durante a apresentação, cinco artistas se passam por transeuntes muito elegantes que interferem na cidade, surpreendem e fuçam as ninharias das nossas ruas.

Às 15h, três espetáculos acontecem simultaneamente. No Auditório do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, Seres de Luz e Teatro (SP), apresenta o espetáculo "Convocadores de Estrelas", que conta a história dos irmãos Pedro e Lola, que começam a perceber o desaparecimento de todas as estrelas do céu. Após receber a ajuda de um velho sábio, eles percorrem uma aventura em busca da salvação da última estrela-guia, Lamat.


"Uma Noite em Claro"- foto Anabela Leandro

No mesmo horário, no Teatro da UFSC (Igrejinha - DAC), a Cia. Odelê (SP), apresenta "Uma Noite em Claro", com direção de Rafael Curci. A obra conta a história de Morpheu, um cidadão comum que regressa à sua casa após um dia intenso. Seu único objetivo é ter uma noite tranqüila, mas situações inesperadas irão perturbar seu sono constantemente.

Ainda às 15h, a Cia. Andante Produções Artísticas de Itajaí (SC) apresenta o trabalho "O Menino Maluquinho", no Centro de Criatividade em Arte-Cria. Baseado no personagem de mesmo nome, do autor Ziraldo, a Cia busca por meio da singeleza e poesia visual o resgate da essência, pureza e simplicidade das brincadeiras infantis "à moda antiga."

Para encerrar a noite o Ronda Grupo de Dança e Teatro (SC), apresenta "Socorro", com direção de Zilá Muniz, no Teatro da Ubro. O espetáculo está sempre no limiar da necessidade de Socorro, mas a palavra não acontece. O conflito está lá e surge como uma condição humana, quando, ser humano, significa realizar-se.

Asilo Irmão-Joaquim recebe espetáculo

A Cia. Bando Neon Experiência Cênica (Joinville - SC), apresenta o espetáculo "Nona Strega", dirigido por Antonio Leopolski. Nona Strega significa vovó-bruxa, uma curandeira que vive só e, por isso, decide arrumar um empregado. Com o surgimento de Natálio, a confusão acontece quando ele rouba o caldeirão para preparar um delicioso macarrão.

Programação completa no www.fitafloripa.com.br
Contato: (48) 9916-9955 / 3721-5937

domingo, 14 de junho de 2009

FITAFLORIPA promove desfile de rua e três espetáculos nessa segunda-feira

No dia 15/6, segunda-feira - segundo dia do festival -, tem desfile de bonecos pelas ruas e apresentações em teatros da cidade. Espetáculo internacional "Cuentos Pequeños", do Peru, ovacionado pelo auditório Guarapuvu lotado no domingo à noite, quando abriu o FITAFLORIPA, segue na UFSC.

No mesmo dia, a tarde, os bonecos estarão à solta pelas ruas do Centro da Capital, a partir das 15h, com saída do pátio do Palácio Cruz e Sousa. A programação ainda contempla o espetáculo "Flicts", com o grupo Camaleão Teatro de Bonecos, do Rio Grande do Sul, que ocorre às 10h, no Teatro Álvaro de Carvalho.

"Flicts" - foto Vilmar Carvalho


Às 10h, em outro local, no Teatro da UFSC, a Cia. Odelê - A Casa dos Gestos apresenta "Uma Noite em Claro". As apresentações do FITAFloripa agendadas para o Teatro da UFSC fazem parte das comemorações do 30 anos de inauguração do teatro. (Veja a programação comemorativa anual do teatro em http://www.teatrodaufsc30anos.blogspot.com/)


"Uma Noite em Claro"- foto Anabela Leandro

O festival segue até dia 20 de junho, com 41 apresentações, de 19 companhias de cinco países distintos: Peru, Itália, Espanha, Brasil e França, este em comemoração ao Ano da França no Brasil. A programação do festival, que ocorre em 13 espaços da cidade, contempla ainda oficinas e mesa de conversa e está disponível para consulta no site http://www.fitafloripa.com.br/.

Fotos do espetáculo "Cuentos Pequeños" apresentado no domingo, 14/6 no link http://picasaweb.google.com/cristianoprim/Fita2009?authkey=Gv1sRgCIv046no4ai2ngE&feat=directlink

quinta-feira, 11 de junho de 2009

“Cuentos Pequeños” abre o FITAFLORIPA no domingo

A abertura do FITAFLORIPA traz a companhia peruana Teatro Hugo & Inês, com o espetáculo “Cuentos Pequeños”, no domingo, dia 14 de junho, às 20h, no Auditório do Centro de Cultura e Eventos da UFSC.
A peça consiste num desfile pitoresco de personagens divertidos que, nos breves momentos de sua existência na cena, revelam a poesia da vida cotidiana. Esses personagens, com os seus sonhos e frustrações, com os seus sucessos e fracassos, narram o eterno drama da tragicomédia humana.



Cuentos Pequenõs/ foto Divulgação


Os diretores Hugo Suarez (e ator) e Inês Pasic fundaram o Teatro Hugo & Inês em 1986. Sua área de experimentação teatral é a pantomima. A partir de 1989, focaram seu interesse para as possibilidades expressivas de cada parte do corpo humano: as mãos, os pés, os joelhos, o rosto e outros, dando vida a personagens surpreendentes.



Na segunda-feira, os bonecos estarão à solta pelas ruas do Centro da Capital, a partir das 15h, com saída do Pátio do Palácio Cruz e Souza. O festival segue até dia 20 de junho, com mais 40 apresentações, de mais 18 companhias de cinco países distintos. A programação completa está no site www.fitafloripa.com.br.




Espetáculo: “Cuentos Pequeños”
Direção: Hugo Suarez e Ines Pasic
Duração: 50 min
Classificação: a partir de 8 anos
Técnica: manipulação de objetos e mímica
Grupo: Teatro Hugo & Inês (Peru) – www.hugoeines.com

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Perfil Sassá Moretti, idealizadora do FITAFLORIPA


Sassá Moretti, uma apaixonada por teatro de animação
Aos 10 anos, Sassá Moretti construiu um boneco de madeira revestido de tecido vermelho com bolinhas brancas na escola, em Siderópolis (SC), onde passou infância. Na época, ela compartilhava a atividade com a irmã, pela falta de material para as duas criarem. Mal ela sabia que viria a coordenar um festival internacional junto a Zélia Sabino (coordenadora executiva), no qual a grande estrela é o boneco.




Zélia Sabino e Sassá Moretti

Em 1986, ingressou na primeira turma de artes cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e interessou-se por teatro de animação. No terceiro semestre, teve aulas de máscaras, no quarto, de bonecos e, no quinto, de sombras. Durante a faculdade, foi monitora de classe do professor Nini Beltrame, doutor em teatro de animação. Daí para diante, Sassá transformou o que um dia foi um encontro casual em sua profissão.
Dando seqüência aos estudos na área, especializou-se em teatro na mesma universidade, hoje patrocinadora do resultado de sua ousadia: o Festival Internacional de Teatro de Animação de Florianópolis, o FITAFLORIPA.
Lecionou por 11 anos na Udesc, período no qual foi jurada de festivais no Estado e na Espanha. Nesse meio tempo, morou na França por quatro anos. Lá estudou francês e graduou-se em história da arte, o que reforçou sua ligação com companhias européias.
Em 2003, concluiu mestrado em literatura, com o tema Encanta o Objeto em Kantor, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde cursa doutorado em literatura sobre teatro de animação.
Recentemente, esteve em Portugal realizando uma pesquisa para seu doutorado por meio de bolsa de estudo concedida pelo Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O seu envolvimento com o teatro a levou longe e há 13 anos faz parte da Associação Brasileira do Teatro de Bonecos (ABTB) e da União Internacional da Marionete (Unima).
Mesmo depois de tanto tempo perto desse universo, composto por bonecos, objetos e sombras, o fascínio só cresce, e a cada ano que passa o festival do qual ela é idealizadora traz mais companhias para disseminar a magia dessa arte.
“O FITA já faz parte da minha vida. Tudo o que vejo e leio relaciono com o festival”, diz. “E tudo isso começou por que via acontecer o festival em Canela, que acontece há 21 anos, e levava os meus alunos para o evento. Inicialmente, era para os três estados do Sul fazerem o festival juntos, mas só eu, por Santa Catarina, consegui o dinheiro e o FITA aconteceu”, lembra, que ainda sonha com o festival itinerante pensado há três anos, junto aos outros estados.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Capital animada pelo FITAFLORIPA




Teatro de animação ganha espaço entre os dias 14 e 20 de junho com companhias de cinco países


Entre os dias 14 e 20 de junho, a Capital ficará mais animada. Isso porque a terceira edição do Festival Internacional de Teatro de Animação de Florianópolis (FITAFLORIPA) trará 19 companhias de teatro de cinco países: Peru, Itália, Espanha, Brasil e França, esse em comemoração ao Ano da França no Brasil.
Serão 41 apresentações em 13 espaços da Capital, entre teatros e locais públicos. A programação do festival contempla ainda oficinas e mesa de conversa, envolvendo grupos nacionais e internacionais. A abertura será com o espetáculo “Cuentos Pequeños”, da companhia peruana Teatro Hugo & Inês, às 20hs. Na segunda-feira, haverá um desfile pelas ruas do Centro da cidade, com estudantes, artistas e grupos folclóricos.



“Cuentos Pequeños”

O evento, que no ano passado reuniu mais de 15 mil pessoas, tem como objetivo propiciar manifestações artísticas diferenciadas, de caráter formativo/educativo. O acesso a maioria das peças teatrais é gratuito: apresentações em locais abertos não terão custo algum aos espectadores. E, como nas edições anteriores, as que ocorrerão nos teatros serão a preços populares – R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia) -, mas terão parte da platéia reservada a grupos não pagantes de escolas públicas.
Esse ano serão quatro grupos de ação, sob coordenação geral de Sassá Moretti e coordenação executiva de Zélia Sabino: FITAFLORIPA Palco - atividades em espaços teatrais convencionais -, FITAFLORIPA Rua - atividades espaços alternativos e de trânsito de pedestres -, FITAFLORIPA Visita - atividades em instituições beneficentes - e FITAFLORIPA Panorama – atividades formativas sobre a linguagem.


Oficinas e mesa de conversa

O FITAFLORIPA contribui para formação de profissionais também. O evento promove oficinas voltadas a estudantes da linguagem e professores de artes. Nessa edição, Jordi Bertran ministra oficina com o tema Manipulação com Fios, de 17 a 19 de junho, das 9h às 13h, na sala Dança I do Centro de Artes (Ceat) da Udesc. No mesmo local, Tiche Vianna fala sobre O Ator e a Máscara, de 15 a 19 de junho, das 9h às 13h, no Espaço I.
A programação contempla ainda a mesa de conversa com a professora Dra. Ana Maria Amaral, da Universidade de São Paulo, e o professor Dr. Valmor Beltrame, da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc). Eles intermediarão debate entre o Núcleo #2 do Sujeito de Cena Teatro, São Paulo (SP), o Ronda Grupo de Dança e Teatro, Florianópolis (SC) e a Cia. Experimentos Teatrais, Itajaí (SC). Os três grupos pesquisam o ator em cena e trazem nos seus espetáculos algo em comum: o boneco. A mesa de conversa será na sexta-feira, dia 19 de junho, às 14hs, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC.

O evento tem patrocínio do Guaraná Antarctica, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc). Conta ainda com o patrocínio cultural do Fundo de Incentivo à Cultura (Funcultural), Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte (SOL) e Governo do Estado de Santa Catarina, Lei Rouanet - Ministério da Cultura, Governo Federal, e Tractebel Energia S.A. A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC), a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), o Consulado Francês, o Centro de Artes (Ceart) da Udesc, a Secretaria de Arte e o Departamento Artístico Cultural (DAC) da UFSC dão apoio institucional à iniciativa. O FITAFLORIPA tem apoio ainda da transportadora Cena em Trânsito.



Programação completa no http://www.fitafloripa.com.br/

terça-feira, 26 de maio de 2009

Vem ai o FITAFLORIPA 2009

Dia 14 de junho começa o Festival Internacional de Animação de Florianópolis, o FITAFLORIPA. A 3ª edição do evento segue até dia 20 de junho e, nos sete dias de espetáculos, contará com aproximadamente 15 companhias de teatro de animação, nacionais e internacionais.

O carinho com o qual ele está sendo preparado é tão grande quanto os reservado ao primeiro e segundo festivais. Inúmeras escolas terão acesso gratuito as peças, que também vão para espaços públicos abertos. O objetivo é distribuir alegria e beleza para assim pulverizar a cultura.
A programação em breve será divulgada nesse blog, canal pelo qual todos podem interagir deixando suas sugestões e comentários.

As atrações estarão também e no site oficial do FITAFLORIPA -www.fitafloripa.com.br. Lá vocês encontram um vídeo mostrando um pouco do que foi o FITAFLORIPA 2008. Vale a pena conferir!!. No blog www.fitafloripa.blogspot.com você também encontra referências sobre ano passado, por meio de textos e fotos!

Encontramos vocês no 3º FITAFLORIPA.